Para reforçar a luta contra os juros altos do Banco Central, as centrais sindicais decidiram realizar uma grande manifestação em todo o Brasil no próximo dia 30 (uma terça-feira). A orientação é para o movimento sindical realizar atos nos estados e cidades em que o BC possui agências.
“Trata-se de uma luta central para o movimento sindical e a classe trabalhadora. As altas taxas de juros reais praticadas em nosso país deprime o consumo e os investimentos, impacta de forma negativa o orçamento público e constituem, por tudo isto, um grande obstáculo ao crescimento da economia, redução do desemprego, combate à pobreza e elevação do bem estar social”, enfatiza o presidente da CTB, Adilson Araújo, reforçando que “as lideranças e a militância da CTB devem empenhar todos os esforços no sentido de conscientizar e envolver os trabalhadores e trabalhadoras de suas bases nesta mobilização para viabilizar o êxito da manifestação nacional”.
A CTB lembra que, no ano passado, o Ministério do Planejamento e o Banco Central informaram que as despesas do governo federal com juros superaram os gastos somados dos Ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento e Assistência Social, responsável pelo Bolsa Família. Enquanto as despesas das três pastas totalizaram R$ 578,13 bilhões, o pagamento de juros da dívida pública somaram R$ 614,55 bilhões. Em relação a 2022, os juros subtraíram R$ 503 bilhões do orçamento da União.
BANQUEIROS E INVESTIDORES
Para as Centrais, os juros são a forma dos lucros abocanhados por poucos rentistas improdutivos, que não adicionam um centavo de valor ao PIB brasileiro, mas extraem parte substancial das riquezas produzidas pelo povo trabalhador. Por outro lado, investimentos em saúde, educação e assistência social beneficiam milhões de brasileiros e brasileiras. Os principais beneficiários da dívida interna são os bancos e investidores estrangeiros. Juntos com as seguradoras (que também pertencem principalmente aos grandes bancos) detêm 62% do estoque da dívida.
PREJUDICA O CRESCIMENTO
Segundo os dirigentes das Centrais, a interrupção da redução da taxa Selic e sua manutenção em 10,5%, configurando o 2º maior juro real do mundo, é um entrave para o setor produtivo, a geração de empregos decentes e o consumo. A alta taxa só beneficia a especulação e o rentismo. Restringe o potencial de crescimento do país e diminui a capacidade de investimentos em serviços públicos essenciais como educação, saúde e infraestrutura, pois o governo tem que pagar mais juros pela dívida pública.
O resultado dessa conta é milhares de obras paradas e metade da população em condições de trabalhar está na informalidade, sem direitos e sem aposentadoria. Enquanto isso, os banqueiros lucraram R$ 26 bilhões em um único trimestre. Por isso, baixar os juros é fundamental para a retomada do crescimento sustentável, com inclusão do povo trabalhador na economia para além da mera subsistência.
De acordo com os sindicalistas, a taxa de juros mais baixa proporciona crédito mais acessível para pessoas e empresas; incentiva o consumo; previne a inadimplência e incrementa investimentos em pequenas e médias empresas, entre outros. É preciso dar um basta à orientação do presidente do Banco Central, Campos Neto, herança do desgoverno Bolsonaro, de manter a taxa de juros alta.
BASTA A CAMPOS NETO
Diante do quadro, as Centrais intensificam a mobilização e a pressão popular para reverter este processo. E conclamam: “É hora de redobrar os esforços para garantir o sucesso da manifestação nacional no dia 30 de julho, nas capitais e grandes cidades.
com informações da CTB Nacional
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