Desde o início do governo de Jair Bolsonaro (PL), houve uma explosão do desmatamento em terras públicas federais na Amazônia, aponta nota técnica do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e divulgada nesta sexta-feira, 4. A situação atingiu um alarmante patamar, de acordo com pesquisadores do instituto.
Os dados utilizados pelos cientistas são provenientes do Prodes, programa do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que aponta anualmente o desmate de biomas nacionais.
De acordo com o levantamento, de 2019 até 2021, mais de 32 mil km² de floresta foram ao chão, o equivalente a cerca de 21 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. A média anual de perda de floresta amazônica foi 56,6% maior, de 2019 a 2021, em relação ao período anterior ao governo Bolsonaro, de 2016 a 2018 —já era observada uma tendência de crescimento do desmate, e períodos eleitorais, como 2018, tendem a registrar maiores taxas de destruição.
Pouco mais da metade (51%) do desmatamento desde 2019 ocorreu em terras públicas, a maior parte delas (83%) federais.
A nota técnica cita, como fatores que favorecem o crescimento do desmate, os cortes orçamentários nas entidades que fazem fiscalização.
Um documento do Observatório do Clima, divulgado no início desta semana, mostrou que, em meio ao aumento do desmate em 2021, houve o menor número de multas em décadas e uso de somente 41% do orçamento disponível para fiscalização.
Segundo a nota do Ipam, também contribuem para o aumento do desmatamento a substituição de diretores e chefes de operação do Ibama, mudanças no processo de autuação, flexibilização de penalidades e a desarticulação institucional nas operações, “decorrentes do empoderamento do Exército Brasileiro para realizar a fiscalização”.
Com informação A Tarde
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