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Desigualdade digital: 5G aumentará concentração de internet entre ricos

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A popularização da internet garantiu a muita gente ter acesso à informação, conhecimento, facilidades e serviços variados. Entretanto, vai se confirmando que tudo na economia de mercado tende à concentração nas mãos de poucos.

Um estudo recente mostra que os brasileiros mais pobres já convivem com uma qualidade de internet muito abaixo do mínimo aceitável. E deve piorar com a internet 5G, que exigirá mais investimentos na construção de antenas de celular e redes no país.

O levantamento, realizado nas principais capitais do país, revelou que, quanto menor a renda mensal (abaixo de R$ 1.650), mais pessoas precisam compartilhar o sinal de uma mesma antena, o que degrada o serviço de forma significativa, a ponto de praticamente inviabilizar a recepção da internet sem fio na periferia.

A pesquisa é da consultoria Teleco, especializada em telecomunicações, feira para o movimento Antene-se, que defende mais investimentos na instalação de antenas, especialmente em áreas de baixo poder aquisitivo.

DESIGUALDADE DIGITAL

Em São Paulo, por exemplo, somente em 20 distritos o sinal da internet móvel é aceitável, reflexo de um compartilhamento médio de uma mesma antena por mil usuários do serviço. Nesses locais a renda média mensal de 85% dos domicílios supera R$ 1.650. Existem bairros com somente duas antenas para cobrir uma área de um quilômetro quadrado, atendendo, em média, mais de 10 mil moradores.

Com esse nível de serviço, a internet nesses locais é considerada “residual”, segundo critérios técnicos globais definidos pela UIT (União Internacional de Telecomunicações). Ou seja: a captura do sinal emitido pela antena só chega ao aparelho por um milagre.

Já bairros mais nobres, como Lapa, Pinheiros (zona oeste), Santana (zona norte) e Vila Mariana (sul), contam com mais de dez antenas por quilômetro quadrado, o que torna o sinal aceitável. Um serviço é aceitável quando menos de mil habitantes compartilham uma mesma antena. Nos EUA, essa média é de 897.

De acordo com Eduardo Tude, presidente da Teleco, apesar de haver uma Lei Geral de Antenas, que facilita a construção dessa rede nos municípios, muitos prefeitos ainda resistem e tentam aprovar regras mais restritivas como forma de garantir seu poder de barganha junto às empresas.

A Lei Geral determina que se uma empresa entrar com um pedido de instalação de antenas e não receber resposta em até dois meses, poderá instalá-la à revelia do município, resultado do chamado silêncio positivo.

Com informações da Folha de S.Paulo

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