A denúncia é do deputado federal Delegado Waldir (PSL-GO). Parlamentares teriam recebido R$ 10 milhões para votar em Arthur Lira para a presidência da Câmara Federal e os valores teriam sido pagos por meio do Orçamento Secreto. Bolsonarista arrependido, ele diz ter recebido o valor em troca do voto em Lira, mas cita que o pagamento pode ter sido maior. E conta que, à época, ofereceram outros R$ 10 milhões, mas não soube precisar se tinha relação com a eleição de Lira ou a aprovação de algum outro projeto.
Por tudo que já foi denunciado, o esquema de Lira e Bolsonaro já movimentou R$ 18,5 bilhões em 2021 e os nomes dos parlamentares são mantidos em sigilo pela Câmara. Ao Intercept Brasil, Waldir disse que a compra de votos dos parlamentares ocorre apenas em propostas que são “superimportantes para o governo”. “Não é qualquer PEC”.
Segundo o deputado, Vitor Hugo, também do PSL de Goiás, recebeu R$ 300 milhões em emendas do relator. Waldir diz que o parlamentar não permitiu que ele recebesse nenhuma emenda das negociações. “O Vitor Hugo proibiu. Ele era líder do governo, depois se tornou líder do PSL e proibiu que eu recebesse”, relata.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Ainda segundo o Delegado Waldir, em 2019, cada parlamentar teria direito a R$ 20 milhões do governo se votassem a favor da reforma da Previdência. Por ser líder do PSL, o deputado teria direito ao dobro. Apesar das promessas, ele diz não ter recebido os milhões negociados. A verba teria sido bloqueada após racha no PSL, em outubro daquele ano.
O deputado afirmou que dentro do esquema existe um esquema paralelo entre líderes. “Se eu sou líder, tenho o dobro de valor do que tem os demais. Você tem o controle de toda a bancada, tem parlamentar que não quer emenda e daí você pega e coloca no seu. Tem muito líder que é malandro, que em vez de dividir com todos os parlamentares da bancada, pega tudo para ele. Ele já tem direito ao dobro, mas além de ter o dobro, ele tem 10 vezes mais, 20 vezes mais”, denunciou.
RESUMO DA ÓPERA – O presidente que disse que implantaria um novo tipo de gestão, não só manteve práticas como “toma lá, dá cá” e compra de votos através da liberação de emendas, como turbinou esses absurdos. Vale tudo para garantir sua base de sustenção na Câmara e no Senado. Esses preços custam caro ao povo brasileiro e à construção de uma sociedade melhor. Só não viu quem não quiz.
Com informaçõe do Diário do Centro do Mundo
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