Cinco anos após dizer que jamais entraria para a política, o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro de Bolsonaro, Sérgio Moro, se filiou ao Podemos nesta quarta (10). O ato aconteceu no auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Em seu discurso, Moro defendeu a Lava Jato e justificou sua entrada no governo Bolsonaro se tratava de uma convocação. Afirmou que decidiu entrar para a política após ser abordado nos Estados Unidos por um estudante (ele perguntou se Moro havia fugido do país).
Sem confirmar que pode pleitear a Presidência, Sérgio Moro disse que se sente preparado para disputar o cargo. “Mesmo com o aumento do Auxílio Brasil, que representa um bom plano para o país, vêm junto jabutis como o calote a pagamentos de dívidas. Com tudo isso, as pessoas passam a acreditar que não há governo, ou futuro. Que estamos sozinhos, e que tudo é inútil”, ressaltou, se colocando contra a PEC dos Precatórios, aprovada pela Câmara dos Deputados.
Para quem não pensava na política partidária, Moro falou sobre combater a pobreza e colocar a educação como prioridade. “Este não é um projeto de um partido. É um projeto de um país aberto a todas as demandas de todo cidadão e cidadã brasileiros. Chegou a hora de reconstruirmos juntos um Brasil melhor, não apenas o combate à corrupção. Neste projeto, não haverá espaço para o medo, muito menos para a timidez”, disse.
RESUMO DA ÓPERA – Nesse dia da filiação, vem a lembrança de novembro de 2016, quando disse que “jamais entraria para a política. O discurso de combater mais a corrupção, traz a lembrança de que foi considerado parcial pelo STF no processo em que condenou à prisão o ex-presidente Lula, sem provas e passando por cima de vários princípios legais.
Quando fala em combater a pobreza, vem a lembrança das grandes obras que foram paralisadas, causando desemprego de milhões de brasileiros, por conta da condução errada da Lava Jato (deveria condenar os culpados e manter as empresas tocando os serviços e mais fiscalizadas). Moro vai participar das eleições pela segunda vez. Primeiro, tirou da disputa (em 2018) o principal adversário de Bolsonaro. Em 2022, vai tentar a sorte na política, após ser “condenado” no campo da Justiça.
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