Um levantamento feito pelo jornal O Globo mostra que, de 200 candidatos registrados para disputar os governos estaduais, só há 34 pré-candidatas até o momento. Alguns partidos ainda não fecharam se terão candidatos ou quem será o escolhido. A data limite para o registro de candidaturas é 15 de agosto.
Os dados revelam que neste ano não mostrou grande avanço frente ao de 2018, quando 30 concorreram a governadora. Isso mesmo em vigor a norma de que partidos devem reservar ao menos 30% do fundo eleitoral para mulheres. Mesmo assim, a falta de recursos ainda é citada como a principal dificuldade delas — e campanhas majoritárias costumam ser mais caras que as proporcionais.
“Essa escolha de quem concorre ao governo é partidária. E nós, mulheres, temos entrada reduzida. Para os partidos, mulher serve para cumprir os 30% (de candidatura feminina obrigatória) ou para ser vice”, diz Larissa Alfino, presidente do Instituto Vamos Juntas, grupo que trabalha para ampliar o acesso feminino na política.
É um contrasenso se observarmos que as mulheres são maioria do eleitorado (52,6%) e pouco menos da metade das filiações a partidos(46%), segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apenas 16 das 32 siglas terão candidatas a governadora.
ARGUMENTOS
Pré-candidatas, líderes políticas, ativistas e pesquisadoras ouvidas pelo jornal atribuem o cenário à falta de representação feminina na mesa de decisões dos partidos. Só seis das 32 siglas são comandadas por mulheres: PT, Podemos, Rede, PMB, PCdoB e PRTB.
A maioria das legendas diz haver dificuldade de articular chapas e de encontrar mulheres que queiram concorrer. Dizem que elas preferem os pleitos proporcionais, para deputada estadual ou federal. Os partidos também afirmam ter pré-candidatas a vice-governadora e senadora. O Cidadania e o PV disseram que, apesar de não terem filiadas na disputa, integram federações com candidatas a governadora. Procurados, PL, Rede, Avante, PTB e Republicanos não se manifestaram.
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