Preocupados com o crescimento dos casos de assédio eleitoral em ambientes de trabalho, dirigentes das principais centrais sindicais na Bahia se reuniram, nesta quinta (20), com o o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Davidson Magalhães. Dados do Ministério Público do Trabalho (MPT), revelam que o número de denúncias aumentou sete vezes no país após o primeiro turno das eleições, saltando de 52 para 364.
“O assédio eleitoral é um ataque à cidadania dos trabalhadores brasileiros. Querer forçar o voto em determinados candidatos, por meio de ameaças de demissão ou promessas de benefícios, é um crime cometido por diversos empregadores que precisa ser combatido”, destacou Davidson.
Para a presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no estado (CTB Bahia), Rosa de Souza, as pessoas precisam refletir e escolher qual a melhor alternativa para o estado e para o país sem qualquer tipo de coação. “O que não pode é o patrão usar o poder de empregar pessoas para pressionar essa escolha, principalmente por candidatos de preferência dos empresários”, pontuou, dizendo que os sindicatos devem ficar atentos e agir contra essa prática, acionando o Ministério Público, chamando a empresa para tratar o problema e, até, realizando atos contra o assédio eleitoral.
CORONELISMO
Segundo o presidente da Força Sindical Bahia, Emerson Gomes, já existem diversos relatos de empresários, de diferentes categorias, que tentam coibir os trabalhadores no direito à liberdade do voto. “É preciso registrar essas situações e denunciá-las aos sindicatos e ao MPT para que essas práticas danosas à democracia sejam punidas”, ressaltou.
Na visão do presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT-Bahia), Marcelo Carvalho, o assédio eleitoral remete ao período do coronelismo. “É uma situação que acontece nacionalmente e aqui na Bahia não é diferente. Há casos de empresários que disseram que os trabalhadores só continuariam empregados se votassem em determinado projeto político. Estamos mobilizando o Governo do Estado e o MPT para tomar uma atitude contra essas empresas”, completou.
O presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST – Bahia), José Ramos e o vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT- Bahia), Leonardo Urpia, também estiveram presentes no encontro.
com informações da Setre
Compartilhe no WhatsApp
Comments