Uma figura nacionalmente conhecida pelo trabalho social que desenvolve em São Paulo, Padre Júlio Lancellotti ganha apoio e solidariedade contra a perseguição desenvolvida por políticos bolsonaristas na Câmara de Vereadores paulista. O coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo é alvo de uma possível instalação da CPI das ONGs.
O religioso tem recebido apoio de políticos e organizações do movimento sindical e dos movimentos sociais. “Minha solidariedade ao Padre Júlio Lancellotti, que tem uma atuação séria de impacto social e com grande importância, já que a Prefeitura falha em seu trabalho humanitário. Essa CPI é oportunista, descabida e não enfrenta com seriedade o problema da Cracolândia. Um total absurdo!”, postou em suas redes sociais a deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP)
O presidente Lula também se manifestou: “Minha solidariedade ao padre Júlio Lancellotti, que recebeu ameaças criminosas e inaceitáveis hoje cedo na porta da igreja, em São Paulo. Um fiel seguidor dos princípios de Jesus, Padre Júlio Lancellotti é uma referência no acolhimento e no cuidado de quem mais precisa, sobretudo das pessoas em situação de rua da capital. Tenho dito que não podemos tolerar a cultura do ódio no nosso país. Precisamos virar esta triste página da nossa história. Mais amor e solidariedade. Menos ódio e egoísmo. É disso que precisamos no Brasil e no mundo”, publicou.
Júlio Lancelloti teve solidariedade do MST. “Mais uma vez, a extrema direita se utiliza de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para atacar ações sociais, desta vez mirando o padre Júlio Lancellotti, que é uma liderança no trabalho de assistência às populações vulneráveis, a partir de sua ação na pastoral da rua na Arquidiocese de São Paulo. Por isso, o MST presta sua solidariedade ao pároco, que no auge dos seus 75 anos tem um legado social e religioso indiscutivelmente importante, com atuação na Paróquia de São Miguel Arcanjo”, diz a organização em seu site.
ARGUMENTO ABSURDO
O autor da proposta de CPI é o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL). A CPI seria para investigar ONGs que atuam na Cracolândia, como o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto e o coletivo A Craco Resiste, que atuam junto à população em situação de rua e dependentes químicos da região central da capital paulista.
Segundo o parlamentar, “o padre Julio Lancellotti e muitos outros lucram politicamente com o caos instaurado na Cracolândia”. Um argumento totalmente descabido diante do legado social de Padre Júlio Lancelloti, que atua junto às camadas mais necessitadas e da população em situação de rua. É um defensor dos direitos humanos, que dedica a sua vida à justiça social.
Na verdade, essa atuação da direita é a mesma de sempre e visa criminalizar os movimentos populares e quem luta por justiça social.
com informações do Brasil de Fato
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