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Copom eleva taxa Selic para 13,25% e Brasil tem 2º maior juro real do mundo

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Foto: UOL

O Copom do Banco Central aumentou, nesta quarta (29), os juros de 12,25% para 13,25% ao ano. Com isso, a Selic alcançou seu maior índice desde setembro de 2023 e o Brasil manteve o 2º lugar no ranking global de juros reais (quando é descontada a inflação). A nossa taxa anualizada passa a ser de 9,18%. O país só fica atrás da Argentina, que tem taxa de 9,36%. Os dados foram compilados pelo economista Jason Vieira, da consultoria MoneYou.

Saiu o bolsonarista Roberto Campos Neto, mas o Banco Central mantém a política monetária pró-rentismo na primeira reunião do Copom sob o comando de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula. Aliás, o comitê tem mais membros indicados pelo atual presidente. Além de proclamar a decisão por unanimidade, o Copom fala em novos aumentos na Selic em decisões futuras.

NÃO JUSTIFICA

Se a principal justificativa é controlar a inflação, o aumento não se justifica. Além de manter a inflação abaixo de 5% pelo segundo ano seguido, o governo não vive uma crise real. Na terça (28), a Receita Federal anunciou que a União arrecadou R$ 2,709 trilhões em 2024, o que representa um crescimento real de 9,6% em relação a 2023.

Para o economista Marcos Costa, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), essa arrecadação “deveria ter implicações significativas e positivas para um alívio fiscal”. Segundo ele, o “BC ‘independente” se preocupa mais com os humores do mercado do que com os reais problemas do país.

ENTIDADES CRITICAM

O aumento da Selic provocou reações de entidades que representam empresários e trabalhadores. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) disse em nota que “insistir no aumento da Selic, considerando que já tem embutidos juros reais de cerca de 7%, faz com que o setor industrial adie investimentos essenciais, voltados à modernização ou expansão da sua matriz de produção”.

Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil), criticou. “Com essa política de juros escorchantes, o Brasil pode nadar, nadar e morrer na praia. O governo Lula precisa elevar o tom contra o ‘deus mercado’, que não sabe o custo do feijão no supermercado”, afirmou.

Para o sindicalista, “uma taxa de juros no patamar sugerido pelo Banco Central, endossado pelo Gabriel Galípolo, é o alimento para a especulação, para o grande capital, para a banca rentista, que está patrocinando uma política contrária ao desenvolvimento do país”. Araújo reforça que “é necessário elevar o tom. É preciso que a sociedade brasileira se convença do quanto se faz necessário o brado retumbante de grandes manifestações pela redução substancial da Selic”.

com informações do Poder360 e portal Vermelho

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