Estudo da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI) mostra que o comércio da Bahia confirma as previsões e se consolida como o motor principal do crescimento da economia estadual em 2024. As vendas do setor cresceram 7,8% em abril, comparado ao mesmo mês de 2023. No primeiro quadrimestre, a alta acumulada é de 10,5%. Os dados são baseados na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE.
A análise revela que, apesar da retração na passagem de março para abril (1,2%), o varejo baiano segue firme e forte. O resultado de abril foi o sexto melhor entre as áreas pesquisadas pelo IBGE e superou com folga a média nacional (2,2%). Foi o 18º mês consecutivo de incremento nos negócios do comércio da Bahia, no comparativo anual. Mostra uma reação sustentada do segmento no estado e uma performance superior à do país. No acumulado janeiro/abril de 2024, por exemplo, a taxa de crescimento no varejo baiano foi mais que o dobro da nacional (4,9%).
Para a analista da área na SEI, Ana Carolina Gouveia, “apesar da elevação dos preços, fatores positivos como juros mais baixos, mercado de trabalho mais forte e transferências governamentais animaram o setor”. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas comprova que, na média em todo o país, o cliente está mais otimista e disposto a gastar. O indicador subiu 1,9 ponto em abril, passando para 93,2 pontos. A analista diz que essa evolução do ICC se deve à influência das expectativas do consumidor para os próximos meses.
Os fatores desse incremento do comércio da Bahia acima da média nacional são a queda significativa no desemprego. Dados recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam a Bahia como o campeão do Nordeste na geração de empregos formais no primeiro quadrimestre de 2024, com 36.267 novas contratações no período.
Somado a isso, a inflação desacelerou, os juros tiveram um ciclo continuado de redução e houve, este ano, aumento real do salário mínimo (3%). Sem contar com o Desenrola Brasil, programa federal de renegociação de dívidas de pessoas físicas e jurídicas, cujo objetivo é a redução do endividamento e também do número de consumidores sem acesso a crédito (negativados).
PIB CONFIRMA FORÇA DO COMÉRCIO
O PIB estadual foi puxado principalmente por uma alta de 6,1% no comércio da Bahia. Ele cresceu 2,9% de janeiro a março frente ao mesmo período de 2023, totalizando R$ 122,9 bilhões. “Constatamos o crescimento da renda média do trabalhador [devido a queda nos juros e desaceleração da inflação]. Isto, associado aos efeitos do programa Desenrola, que recolocou no mercado boa parcela de consumidores, influenciou esse desempenho do varejo, setor com o maior impacto no PIB”, explica o diretor de Indicadores e Estatística da SEI, Armando Castro.
com informações do Bahia Econômica
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