A disparada de preços e a inflação em alta (9,68% em agosto), segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, reduzem mais o poder de compra dos brasileiros que ganham um salário mínimo (hoje de R$ 1.100).
Nesse cenário, estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra que o valor ideal do salário mínimo para uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças, seria de R$ 5.583,90.
O Dieese se baseia na Constituição que prevê que o piso nacional seja capaz de atender as necessidades vitais básicas de uma pessoa e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. Por isso, é importante incluir nesta conta o peso do valor da cesta básica de alimentos.
CESTA BÁSICA MAIS CARA
Pesquisa mensal de preços do órgão, feita em 17 capitais, mostra que o valor da cesta básica chegou a subir até 34,13% nos últimos doze meses. Os preços dos produtos que compõem os gêneros de primeira necessidade, em agosto, variaram de R$ 664,67 em Porto Alegre (RS), o mais alto, a R$ 458,44, o mais baixo, em Salvador (BA). Das capitais pesquisadas, em 13 houve aumentos no valor da cesta básica.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido (após o desconto da Previdência Social de 7,5%), em média, o trabalhador comprometeu, em agosto, 55,93% do salário líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em julho, o percentual foi de 55,68%.
A consequência disso é uma queda de 1,15% no volume de vendas nos supermercados, em julho, em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Ou seja, o brasileiro está comendo cada vez menos e mal.
Com informações do Dieese
Compartilhe no WhatsApp
Comments