A maior crise hídrica em 91 anos pode fazer o Brasil adotar o racionamento de energia e não descartar o risco de apagões a partir de outubro. Isso se a produção energética adicional não aumentar, pelo menos, em 7,5%. O alerta é do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que já recomendou ao governo federal aumentar o uso das termelétricas e importar energia de países vizinhos.

Os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que respondem por 70% da geração de energia no País, operam com 22,5% da capacidade. Por isso, o governo alterou a bandeira tarifária encarecendo as contas de energia elétrica para minimizar o consumo.

Na Região Nordeste, o atendimento de energia é realizado através da geração hidráulica, eólica, solar e térmica, disponíveis no Sistema Interligado Nacional (SIN). Ao site Bahia Econômica, a Chesf informou que não estão sendo visualizados impactos nesse atendimento, conforme informações apresentadas pelo ONS. Mas, acrescentou que o reservatório de Sobradinho encontra-se com 44,4% de seu volume útil. A estimativa é que, na transição da estação seca para a chuvosa da Bacia Hidrográfica do São Francisco, em novembro, o reservatório esteja com 17% de seu volume útil”.

Para o especialista e coordenador do programa de Pós-Graduação em Energias Renováveis da Unijorge, Leandro Carralero, não deve haver apagões na mesma proporção dos registrados em 2001 e 2002.

“Será uma coisa mais estratégica, a ONS pode fazer pequenos apagões, tipo em algumas cidades podem ter apagões de duas horas ou três horas, e aí outra cidade, e vai deslocando para não criar um impacto muito grande e afetar o setor industrial, principalmente por causa do PIB. Quem mais vai ter problemas deve ser o próprio setor residencial, mas pode acontecer apagão sem dúvida”, explicou, defendendo a implantação do horário de verão.