O Brasil mostra mobilização pelo fim da escala 6×1 e pela redução da jornada de trabalho. Estudo da Nexus Pesquisa e Inteligência de Dados, mostra que 65% dos brasileiros apoiam a redução da jornada de trabalho de 44 horas semanais. Enquanto 27% são contra as mudanças na Constituição, 5% se dizem neutros e 3% não souberam opinar. Muitos veem a redução positiva para as empresas: 5 em cada 10 dos entrevistados veem a medida como aumento da produtividade e 45% afirmam que será positiva para o desenvolvimento social.
Cerca de 63% dos brasileiros manifestaram apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC), das deputadas Erika Hilton e Alice Portugal (PCdoB e coautora). O objetivo é reduzir a jornada de trabalho para um máximo de 36 horas, dividindo a semana em 4 dias de trabalho formal e 3 de descanso, sem redução salarial.
A pesquisa entrevistou 2 mil pessoas entre os dias 10 e 15 de janeiro. Enquanto entre trabalhadores e População Economicamente Ativa (PEA) o apoio é de 65%, entre os desempregados chega a 72%. Já entre os não trabalhadores, 56% são favoráveis à proposta, enquanto 34% se opõem. No grupo dos não PEA, o apoio é de 58%.
Responsável pelo instituto de pesquisa, Marcelo Tokarski afirma que o apoio da maioria dos desempregados à proposta revela a necessidade de uma mudança na jornada cobrada hoje pelo mercado de trabalho. “Seria uma oportunidade de criação de novas vagas, beneficiando aqueles que estão em busca de emprego.”
JOVENS E MULHERES LIDERAM
A pesquisa revela que o apoio é alto entre os jovens de 16 a 24 anos, futuro da força de trabalho brasileira, alcançando 76%. Quando a idade aumenta, o apoio diminui: 69% (de 25 a 40 anos), 63% (de 42 a 59 anos) e 54% (com 60 anos ou mais).
Sobrecarregadas, mulheres são as que mais precisam da redução da jornada. Elas mostram maior aprovação pela PEC (66%) em comparação aos homens (59%). Dedicar o dia a mais de folga para cuidar da própria saúde é mais importante para o público feminino (29%) do que para o masculino (20%).
FAMÍLIA, LAZER E CAPACITAÇÃO
Pela pesquisa, entre os jovens de até 24 anos, 19% afirmam que usariam as horas extras para praticar atividades físicas. Outros detalhes desse grupo: passar mais tempo com a família (47%) e investir em cursos e capacitação profissional (21%). O cuidado com a saúde também foi mencionado por 30% dos não trabalhadores e 29% dos desempregados.
Se a escala 6×1 for eliminada, 47% dos brasileiros planejam utilizar o tempo para estar com a família. É o desejo comum entre todos os grupos. Cerca de 25% dedicariam o tempo à saúde, 22% à busca de renda extra e 17% ao aprimoramento profissional.
com informações da Revista Fórum
Compartilhe no WhatsApp
Comments