Passado um mês do caso ocorrido no Big Bompreço, filial do Carrefour em Salvador, no dia 5 de maio passado, o coletivo Cidadania, Antirracismo e Direitos Humanos vai processar a empresa por tortura contra um casal negro. O grupo formado pelas entidades Soueuafrobrasileira (SP), Movimento de Direitos Humanos (TO) e Maria Mulher (RS), vai protocolar uma Ação Civil Pública na próxima quarta (7) contra a rede. O coletivo apresentará um dossiê com todos os casos de racismo e discriminação que ocorreram nas instalações dessa multinacional francesa desde 2009.
Lembrando o fato: o casal identificado como Jamile e Jeremias foi xingado e humilhado por seguranças sob acusação de teria teria tentado furtar sacos de leite em pó para uma filha pequena. Um vídeo gravado viralizou nas redes sociais, mostrando o casal sendo agredido no estacionamento com tapas no rosto. a mulher também leva tapas no rosto. O funcionário que grava as imagens xinga Jeremias, dá tapas no seu rosto e pergunta o nome de seus familiares. O fato aconteceu no Big Bompreço, no bairro de São Cristóvão.
Segundo o advogado do casal, Walisson dos Reis, Jeremias e Jamile foram agredidos por sete seguranças e, desde então, passaram a sofrer ameaças de morte. “Naquele supermercado, eles receberam a pena de tortura. As imagens são chocantes. Meus clientes foram agredidos por sete seguranças da rede e estão sendo ameaçados de morte. Eram pessoas que estavam ali buscando alimento. Não que seja certo furtar, está totalmente errado. Mas a conduta da Rede Carrefour nessa situação, de deixar que fossem torturados, agredidos e expostas as suas imagens nas redes sociais, é de uma gravidade extrema”, enfatiza.
O vice presidente de Transformação em Operação do Carrefour, Marcelo Tardim, negou que as agressões tenham sido cometidas por funcionários da empresa, incluindo os terceirizados. Mas, se contradisse admitindo que toda a equipe de segurança envolvida na agressão foi demitida. Recentemente, foi divulgado que a empresa fez acordo extrajudicial com o casal. Nem os termos do acordo, nem os valores foram divulgados sob o argumento de que estão preservados por cláusula de confidencialidade.
com informações da Revista Fórum
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