Ao que parece, deve ser desvendado o segredo do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, para manter o Brasil com a segunda maior taxa de juros do mundo, mesmo com a inflação controlada. Ele será investigado por supostamente manter dinheiro em paraísos fiscais no exterior e empreender um esquema para lucrar com a taxa básica de juros (Selic) elevada. Nesta quarta (7), o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) derrubou, por unanimidade, a liminar que impedia a investigação por parte do Conselho de Ética da Presidência da República.
Essa investigação começou em 2019, após as revelações do caso Pandora Papers, que expôs informações sobre dinheiro guardado em paraísos fiscais por agentes do mercado financeiro no exterior. O presidente do Banco Central teria aberto uma offshore, em 2004, nas Ilhas Virgens com US$ 1 milhão aplicado, supostamente visando vantagens tributárias.
Campos Neto é alvo de outra denúncia, apresentada pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), que o acusa de possuir empresas e aplicações que seriam remuneradas de acordo com a Selic. Em 2022, Campos Neto conseguiu liminar na Justiça para impedir que a Comissão de Ética da Presidência da República avançasse na investigação dos dois casos.
“UM ABSURDO”
Mas, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma ação para suspender a liminar e teve o pedido acatado pelo TRF1. Agora, a Comissão de Ética da Presidência tem autorização para retomar a investigação contra o presidente do BC por conflito de interesses.
“É um absurdo um presidente do Banco Central ter offshore, recursos escondidos em paraísos fiscais. Mais ainda é se ele lucra com a decisão tomada por ele e pelo próprio Banco Central. Eu sempre falei que essa questão da política monetária, da atuação do Banco Central, era um caso de polícia. Agora, vai ter investigação do Conselho de Ética da Presidência da República”, postou em suas redes sociais Lindbergh Farias
com informações da Revista Fórum
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