Celebrada pelo presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes, a mudança na cobrança do ICMS para combustíveis é questionada pela Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava). A entidade avalia que a PEC não resolve o “problema” do preço elevado do óleo diesel.
“Qualquer porcentual, de qualquer tributo, que se anuncie retirar do preço de combustível será ineficaz para sua efetiva redução. O que se tem é uma diminuição temporária que, talvez, seja suficiente para reduzir o valor por dois ou três meses, no máximo, sendo que isso, ainda dependerá da frequência de aumentos promovidos pela Petrobras, que está atrelado ao mercado internacional”, disse o presidente da Abrava, Wallace Landim, o Chorão, em nota à imprensa.
A Abrava argumenta que a possível redução do preço do diesel pelo imposto pode ser consumida em dois ou três aumentos do preço do combustível. “Sabemos que a Petrobras deve anunciar novos aumentos para a gasolina e para o diesel, respectivamente, 17% e 16%, em breve. Dois ou três aumentos consumirão toda redução que se pretende fazer por meio dos tributos, correndo o risco de os litros desses combustíveis ficarem ainda mais caros do que é hoje, em pouco tempo, mesmo considerando as cargas tributárias atuais”, alegou Chorão.
GOVERNO ACOMODADO, GREVE À VISTA
Chorão voltou a criticar a atuação do governo Bolsonaro na gestão da Petrobras e a falta de providências para alcançar soluções viáveis. “O governo se acomodou e por ironia do destino o ministro apelidado de posto Ipiranga, que deveria resolver esse problema, é o grande culpado deste caos, e hoje chegamos nesse ponto crítico, sendo que ainda temos sérios riscos de falta de diesel”, afirmou Chorão, classificando as propostas do governo de “tabajaras” visando à reeleição do presidente Bolsonaro.
A entidade defendeu novamente o fim da Política de Paridade de Preço Internacional (PPI) da Petrobras, que vincula o preço interno dos combustíveis ao preço internacional do barril de petróleo e ao dólar, e o Projeto de Lei 1.205/2022, que tramita no Senado e que desatrela o custo do óleo diesel do frete.
Mais uma vez, a Abrava não descartou uma nova paralisação da categoria. “Mantendo-se essa política cruel de preços da Petrobras, sem a garantia que o caminhoneiro autônomo tenha suas despesas de viagem integralmente ressarcidas, a categoria vai parar. Se não for por greve, será pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve, é o mais provável e não demora muito”, concluiu Chorão na nota.
com informações da IstoÉ
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