Com a aproximação do 20 de Novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares e Dia da Consciência Negra, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, resolveu provocar os movimentos negros do Brasil. Ele defendeu em suas redes sociais a mudança do nome da entidade de promoção da afro-brasilidade para Fundação Princesa Isabel.
Camargo afirmou que a mudança é uma forma de destacar a imagem da Princesa Isabel na nova sede da instituição. “A homenagem é um dever moral dos negros livres do Brasil. Negros decentes e honrados do Brasil têm sentimento de gratidão pela Princesa Isabel. Ela sancionou a abolição da escravidão. Hoje, o movimento negro marxista tenta escravizar e subjugar mentes negras, destruir o legado da Redentora”, postou.
Ele ainda afirmou que a “era da reafricanização e do senzalismo acabou na Palmares” e o assunto será tratado a partir do dia 22 de novembro, quando ele fará seu retorno das férias. “A questão será seriamente estudada por mim no retorno das férias, dia 22. Qualquer fato novo será informado aqui”.
RESUMO DA ÓPERA – Essa atitude subserviente de Sérgio Camargo à monarquia, sendo uma pessoa negra, mostra que estudou pouco o tema e desconhece as circunstâncias da abolição no último país das Américas a por fim ao regime escravocrata. Não sabe que haviam negociações entre Portugal e Reino Unido para acabar o tráfico negreiro, importante para o fim da escravidão.
Faz vista grossa para o fato de que foi resultado de um longo processo de lutas, resistência e revoltas dos escravizados, desenvolvido por séculos no Brasil. E com a adesão de segmentos importantes da sociedade e grande apoio do Movimento Abolicionista, composto por intelectuais e, inclusive, setores da própria elite brasileira. Sua subserviência não o deixa enxergar que não foi uma atitude humanista da princesa ou da família real.
Com informações da Revista Fórum
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