Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC), revela um dado preocupante: cerca de 12 milhões de famílias brasileiras estão atualmente endividadas. Isso representa o maior nível de endividamento já registrado pela entidade, que analisa os dados há 11 anos.

Em outubro, 74,6% dos grupos familiares no país possuíam dívidas a vencer nos próximos meses, seja por cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja e/ou crédito consignado. Em comparação com setembro, a alta foi de 0,6%. Entre as famílias endividadas, 25,6% disseram que já possuem contas em atraso, enquanto 10,1% afirmam que não terão condições de pagar as suas dívidas futuras.

Pelo estudo, o cartão de crédito é o maior vilão entre os inadimplentes, significando quase 85% de todas as dívidas dos brasileiros. Em segundo lugar, aparecem os carnês. O tempo médio para a quitação das dívidas atrasadas é de, em média, 60 dias.

SEM DISCRIMINAÇÃO

O recorde no número de dívidas atinge todas as famílias brasileiras, independente da condição social. Tendo alta desde abril, a taxa de endividamento dos grupos familiares com renda de até dez salários-mínimos saltou para 75,9% em outubro, frente ao 75,3% do mês anterior. No mesmo mês de 2020, 68% das famílias nessa faixa de renda estavam endividadas.

Para as famílias com renda acima de dez salários-mínimos, a proporção de endividados também alcançou o maior patamar, com incremento de 69,5% em outubro, ante 59,4% em outubro de 2020. Para esse grupo, o endividamento vem apontando níveis recordes mensais desde fevereiro deste ano.

Mas, os pesquisadores apontam uma desaceleração no ritmo do endividamento para os próximos meses. A alta de juros deve “arrefecer a dinâmica de dívidas”, uma vez que os créditos seguem encarecendo no Brasil ao longo dos meses. Atualmente, a taxa básica de juros está em 7,75% ao ano. A Selic já registra cinco altas consecutivas.

Fonte: CNN Brasil