Imagine que no Brasil 1 a cada 4 mulheres faltou a aula por não poder comprar absorvente. No mundo, a pobreza menstrual afeta 500 milhões de mulheres, segundo o Banco Mundial. Essa é uma triste realidade que precisa ser modificada. O acesso à higiene menstrual é reconhecido como uma questão de saúde pública e de direitos humanos pela ONU (Organização das Nações Unidas).
A presidente da Comissão de Valorização da Mulher da Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro), Noelma Faria, explica que a pobreza menstrual pode ser caracterizada em três pilares: falta de recursos, como absorventes e coletores menstruais; falta de condições adequadas de higiene, como banheiros em condições de uso, com água e sabonete, e conhecimento sobre o tema.
“As pessoas mais afetadas são todas aquelas de menor poder aquisitivo, como estudantes, pessoas em situação de rua, mulheres desempregadas e presidiárias, que não possuem condições de comprar os itens básicos de higiene, muitas vezes, encarados como produtos supérfluos”, destaca.
DANOS À SAÚDE
A professora em obstetrícia Regina Rocco ressalta que a pobreza mestrual vai de 11 a 51 anos, período em que as meninas estão na escola e as mulheres no trabalho, e, diante da necessidade, elas acabam fazendo uso inapropriado de papel higiênico, panos, miolo de pão, toalhas velhas e até estopa, o que gera danos à saúde íntima de meninas e mulheres.
“Pode levar desde uma irritação em toda a vagina por dentro, por fora, causar inflamação da uretra, infecção urinária e até nos rins. Há ainda o risco de entrar no canal vaginal, atingindo até mesmo o interior do útero e as trompas”, explica.
com informações do iG
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