Na contra mão dos países desenvolvidos, o Brasil liberou muitos agrotóxicos proibidos em países da União Europeia (UE), nos Estados Unidos (EUA), e no Reino Unido. No dia 26, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou o registro de 26 novas marcas dos químicos.
Um deles, inclusive, passa por reavaliação da Anvisa, que pode proibir seu uso: o fungicida carbendazim, usado em plantações como as de soja, feijão e arroz, que é suspeito de provocar malformações em fetos e está associado ao desenvolvimento de câncer.
Também estão liberados os agroquímicos tiametoxam e imidacloprido, vedado nos EUA desde 2010. O governo ainda concedeu registro a marcas de agrotóxicos à base de acetamiprido, banido na França, e de epoxiconazol, vetado na França e no Reino Unido.
Desses princípios ativos, o imidacloprido, o tiametoxam e o acetamiprido foram banidos por esses países por prejudicarem a atividade de insetos polinizadores, como as abelhas. Já o fungicida epoxiconazol está relacionado com problemas hormonais nos humanos e foi vetado na França, em 28 de maio de 2019.
LOBY
A agrônoma Marina Lacôrte enxerga um lobby “pesadíssimo” dos ruralistas. Ela afirma que a Anvisa tem liberado números exorbitantes de agroquímicos desde a nomeação da ministra Tereza Cristina (PP-MS) para o Mapa, em 2019. Naquele ano, 474 novos pesticidas foram registrados, número recorde até aquele momento. Esse total, porém, foi superado nos dois anos seguintes: 493 (2020) e 562 (2021).
O Ministério da Agricultura afirma que “as decisões em relação aos registros de agrotóxicos estão em concordância com a Lei 7.802/89 e não seguem necessariamente as mesmas decisões tomadas por países terceiros”. Pontua ainda que “todos os produtos citados foram avaliados e aprovados pelos três órgãos competentes ao tema (Mapa, Anvisa e Ibama), de forma que são considerados seguros”.
com informações do Metrópoles
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