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“Bolsonaro tem sangue nas mãos”, diz indigenista sogro de Bruno

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Durante entrevista exclusiva ao site Diário do Centro do Mundo, o sogro de Bruno Pereira, o também indigenista Kleber Gesteira Matos, um dos maiores nomes na área no Brasil, falou sobre a morte trágica de seu genro e do jornalista britânico Dom Phillips na Amazônia. Ele é ex-coordenador de Educação Escolar Indígena do MEC e foi responsável pela formação de professores, produção de materiais didáticos específicos, construção de escolas em terras indígenas.

Matos revelou o início da trajetória do genro. “O Bruno enquanto estudante em Recife, foi à Balbina, um dos maiores desastres ambientais do governo brasileiro, uma usina hidroelétrica construída pela Eletronorte no Amazonas que alagou terras indígenas e devastou o ecossistema local”, disse.

Depois, explicou como Bruno chegou a FNAI. “Ele foi a Manaus e prestou concurso e foi ao sudoeste do Amazonas. Nesta região há dois cenários muito diferentes; um é o cenário Ticuna, muitas aldeias em terras diminutas com uma população de uma única etnia. Alguns deles recentemente começaram a se chamar Kokama. O outro universo é o Vale do Javari. Como o Bruno estava interessado em população de pouco contato, ele trabalhou como coordenador geral da FUNAI da região e depois passou para o Vale do Javari, onde passou a coordenador geral dos povos livres, ou povos independentes. Essa é a trajetória dele, sempre em busca da Amazônia. E ele veio a trabalhar numa das áreas mais sofisticadas da Amazônia, que é a população sem contato ou com pouco contato”, pontuou.

SERVIÇO AO ESTADO E SAÍDA DA FUNAI

Segundo Kelber, ao entrar num território coalhado de traficantes, de marginais, o Bruno passou a fazer um trabalho também muito importante para o Estado brasileiro que não foi reconhecido ainda. “Ele prestou um enorme serviço à Polícia Federal, ao sistema de segurança do Amazonas e ao próprio Exército, apontando regiões onde existia mais perigo de tráfico, personagens e situações em que os índios se viam envolvidos por traficantes”, explicou.

Ao ser questionado sobre a razão da exoneração de Bruno da FUNAI, disse: “Simplesmente porque fez o trabalho dele. Ele foi exonerado pelo presidente da FUNAI do governo Bolsonaro, Marcelo Augusto Xavier da Silva, por divergência a respeito da entrada de missionários. Apoiado por este governo existem dois perfis básicos; o perfil truculento, que acredita que os índios deveriam ter desaparecido nos 500 anos de história do Brasil. O outro são os falsos amigos, que procuram ser paternalistas, fazer catequese, e que fazem a exploração de riquezas a partir da cooptação das lideranças. O governo atual é aberta e ativamente anti-indígena.

SANGUE NO GOVERNO

Ao final, Matos não vacilou ao afirma que “Bolsonaro tem sangue nas mãos”. “E ele não tem a coragem de dizer que está muito satisfeito. Ele tem responsabilidade, o governo brasileiro terá que explicar e indenizar as famílias de todas essas vítimas sem proteção e resposta no governo dele”, enfatizou.

com informações do iG

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