“No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica que existia no país”, disse arrogante o então presidente Jair Bolsonaro, quando entrou no prédio da ONU, em Nova York, para fazer o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. Era 20 de setembro de 2022.
O discurso “anticorrupção” de Bolsonaro ocorreu horas antes daquelas palavras, no hotel Omni Berkshire Place. E era o contrário do que o mandatário tinha acabado de proferir. Em uma mesa instalada numa área reservada, Bolsonaro sentava com algumas pessoas, entre elas o seu então ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, e o pai dele, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, amigo íntimo e de total confiança do presidente por décadas.
Segundo o relatório da Polícia Federal, que investiga a quadrilha formada para furtar joias e artigos valiosos do acervo da Presidência da República para vendê-las no exterior, imagens do circuito de vigilância mostram o encontro. Era ali que Cid pai entregava um pacote com US$ 37,6 mil (aproximadamente R$ 201 mil), referentes uma fração da venda de dois relógios de grife, um Patek Philippe e um Rolex, extraviados do Palácio do Planalto e negociados criminosamente numa casa de itens do tipo nos EUA.
Em seu depoimento, Mauro Cesar Lourena Cid confirmou a história à PF, não deixando qualquer dúvida sobre o ato ilegal que acontecia em Nova York. “[General Lourena Cid disse] que se recorda de ter repassado ao ex-Presidente JAIR BOLSONARO uma parte do valor, quando de sua ida à cidade de Nova lorque para um evento da ONU; QUE repassou os valores quando visitou o ex-Presidente no hotel em QUE este se hospedava em Nova lorque; QUE repassou o dinheiro em espécie para seu filho MAURO CESAR CID”, revela o documento da polícia encaminhado ao STF.
com informações da Revista Fórum
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