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Bolsonaro esconde lado ruim da deflação; economistas mostram

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Depois de deixar a carestia dos preços dos alimentos e dos combustíveis castigar a população durante ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem falado muito na deflação. Seria a inflação negativa. Ele destaca o lado positivo dos preços caindo (mesmo que lentamente) para capitalizar na disputa das eleições com o ex-presidente Lula.

Mas, esconde alguns pontos preocupantes do fenômeno. Segundo André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), “a deflação ocorre quando a oferta de produtos e serviços é maior do que a demanda”.

Aqui, uma primeira reflexão: só sobra produtos quando as pessoas estão sem dinheiro e poder de compra. Quando há redução do volume de dinheiro em circulação na praça, o resultado é de compras menores e, consequentemente, diminuição de preços.

SE DEMORAR, É RUIM

“Todos os preços precisam cair de forma sistemática para configurar deflação. Índice abaixo de zero em um mês não é considerado deflação”, explica Emerson Marçal, coordenador do curso de Economia da FGV em São Paulo.

Segundo o economista, a queda generalizada de preços por tempo indeterminado é ruim. “Isso significa que o poder de compra das pessoas está reduzido, e os comerciantes e prestadores de serviços cortam seus ganhos para tentar despertar a demanda”, destaca.

Outra reflexão: Isso pode criar um ciclo vicioso. Com a tendência de queda, as pessoas adiam suas intenções de consumo na esperança de conseguir preços ainda mais baixos no futuro. O adiamento alimenta a deflação, já que o comércio se vê obrigado a reduzir ainda mais os preços.

Se o comerciante não consegue vender, então reduz ou suspende suas encomendas. Com isso, a indústria corta ou para a produção. Sem perspectivas de vendas, as empresas não investem. Esse cenário resulta em demissões e até quebra de negócios.

Na economia, o entendimento geral é que deflação é sinal de baixo crescimento ou economia estagnada e, nesse sentido, contribui para um quadro de aumento do desemprego, queda do poder aquisitivo da população e depressão da atividade econômica em geral.

com informações do InfoMoney

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