Mesmo com os depoentes na CPI da Covid tentando, a situação vai se complicando para o governo Bolsonaro. E quem vai ter mais trabalho será o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, após o depoimento do ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Nesta terça-feira (18), Araújo mentiu ao negar os ataque à China, o que dificultou a importação de insumos daquele país para produção de vacinas contra a Covid-19. Tirou Bolsonaro da responsabilidade e responsabilizou o Ministério da Saúde, dirigido até pouco tempo por Pazuello, que deve depor nessa quarta-feira (19).
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) lembrou que quando o Brasil aderiu ao Covax Facility, 170 países já haviam aderido. “Além disso, o país optou apenas por 10% ao invés dos 50% oferecidos. Mais uma confissão de falha direta do Governo na aquisição de vacinas”, disse.
Colocando a “batata de Pazuello para assar”, Araújo disse que a decisão não foi dele. “Não foi do Ministério das Relações Exteriores, foi uma decisão do Ministério da Saúde, dentro da sua estratégia de vacinação”, afirmou.
CHINA E CLOROQUINA
O país asiático é o principal parceiro comercial do Brasil e um dos fornecedores de insumos para se produzir a vacina contra a Covid-19. Mas, Araújo negou que tenha afrontado os chineses.
Porém, o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD), advertiu: “Quero alertá-lo que o senhor está sob juramento de falar a verdade (…) E Vossa Excelência deu várias declarações anti-China. Inclusive, se indispôs, por várias vezes, com o embaixador chinês. O senhor escreveu um artigo no Diário do Poder. E nesse artigo que Vossa Excelência chama de “comunavírus”, e há pouco o senhor disse para o relator que não teve nenhum, nenhuma declaração, tem várias declarações.”
Sobre outro tema polêmico, o uso da Cloroquina para combater a Covid, o ex-ministro disse que a doação de 2 milhões de doses do medicamento, pelos EUA, foi comunicado ao Ministério da Saúde e não se verificou nenhuma razão para rejeitar.
Mais uma vez, Omar Aziz lembrou: “A OMS já tinha emitido nota sobre essa questão da cloroquina em julho. Mas, em junho, o Ministério das Relações Exteriores ainda estava atrás de insumos de cloroquina”, disse.
Com informações do UOL e G1
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