Na manhã desta terça (25), manifestantes protestaram contra o racismo no distrito industrial de Ilhéus, na fábrica Olam-Joanes. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria dos Produtos de Cacau e Balas de Ilhéus e Itabuna (Sindicacau) e contou com a presença de outras entidades, como a UNEGRO e CTB Bahia, e da vereadora itabunense Wilmaci Oliveira (PCdoB).
O protesto detonou com a fala racista de um preposto da empresa que causou revolta em toda a categoria. Um diretor da empresa teria feito comentários racistas para alguns funcionários, dizendo que “nos materiais da empresa tem que aparecer gente bonita. Que tinha muito preto, e preto era bom para a lavoura de café, de cacau e pra limpeza”.
Segundo o vice-presidente do Sindicacau, Ulisses Abade, o gerente sênior de Originação teria dito que o negro ‘só serviria para plantar cacau e café, também para limpar quintais’. “Esse cidadão ainda disse que a empresa tinha que contratar mais pessoas brancas que são bonitas e não pessoas negras. Após ele ter disparado essas falas racistas, algumas pessoas saíram chorando da sala, outros se revoltaram. Esse gerente, chegou a transferir uma das pessoas que viram a situação para outro posto de trabalho”, contou.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Ilhéus, Rodrigo Cardoso, afirmou que denunciar essas práticas é importante. “Uma fala absurda como essa, vinda de um preposto dessa grande empresa, revela mais uma face do racismo que estrutura a exploração capitalista no Brasil. Busca justificar e naturalizar a super exploração dos negros e negras, tentando dividir a classe trabalhadora para dificultar a luta por melhores salários e condições de trabalho. Historicamente, negros e negras sofrem com salários mais baixos e mais dificuldades para ascenderem nas carreiras profissionais”, pontuou.
Para o dirigente, toda a prática racista precisa ser combatida. “Também é necessário que empresas construam políticas de inclusão e promoção da igualdade racial e de gênero. Esse movimento é importante para denunciar o ato, ser educativo e prevenir que outros absurdos semelhantes aconteçam, inclusive em outras empresas. E para deixar claro que a sociedade não deixará passar despercebida nenhuma prática racista”, afirmou.
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