A jovem Ana Gabryele Moreira, de 29 anos, é de Cajazeiras, periferia de Salvador. Estudante de Física Médica na Universidade de São Paulo (USP), ela seguirá o mestrado fora do país em 2022 e é a primeira mulher negra brasileira a receber o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Em reportagem do G1, Gabryele contou com uma série de mulheres a incentivando em sua trajetória escolar. Ela levou o prêmio através de uma análise sobre a participação delas na área nuclear. A jovem terá uma bolsa de 10 mil a 40 mil euros para estudar no exterior a partir do ano que vem.
Segundo a publicação, no ano passado a IAEA iniciou um trabalho para incentivar mulheres a ingressarem no mundo da energia nuclear. Gabryele diz que a área é praticamente toda dominada por homens brancos.
“Desenvolvi uma pesquisa junto ao instituto e a WiN Brasil para entender o perfil sociocultural dessas mulheres. Foi perguntado cor, naturalidade, se são orientadas por homens ou mulheres, áreas que mais atuam, mulheres que são referências no instituto pra elas, se tem cargo de chefia”, conta, sobre a pesquisa “Estudo do perfil sociocultural de mulheres que atuam em um instituto nuclear brasileiro”, feito por ela, Priscila Rodrigues, Karoline Suzart e Nelida Mastro.
Nos resultados, com base em respostas voluntárias, as raras mulheres que ocupam espaços são divididas em 84% brancas e apenas 10% negras. “Não há nenhuma indígena e há poucas mulheres ocupando cargos de chefia”, completa.
Com informações do Mídia Ninja
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