Pensar em um futuro próspero e saudável para a seu filho fez a baiana Kat Oliveira criar um tipo de plástico descartável comestível que pode diminuir a quantidade de lixo que é produzida pelos habitantes do planeta. Só no Brasil, são cerca de 11 milhões de toneladas de lixo plástico ao ano.
Nascida em Feira de Santana, a inventora começou a desenvolver o projeto há dois anos. “Desde criança, sempre gostei de roça e, quando virei mãe, vi a necessidade de reduzir esses materiais no meio ambiente. Em 2014, fiz gestão ambiental e com os avanços da tecnologia sobre as novas embalagens feitas de várias plantas, resolvi estudar o assunto e veio a ideia de fazer uma produção com as pancs, plantas não convencionais utilizadas para fazer embalagens de plástico descartáveis e plásticos filmes”, explica.
Em seus estudos, Kat entendeu um pouco mais sobre a relação entre o produto e o meio ambiente. “Fazendo algumas anotações, percebi que o custo da produção ainda é muito alto. Então a minha ideia é que seja um produto mais barato. Além disso, a outra motivação que tive foi quando comecei a prestar serviços em uma cooperativa de resíduos sólidos. Percebi que um dos grandes problemas do mundo são os plásticos, porém ele não chega a ser o grande vilão, mas sim o modo como é descartado”, destacou.
A pesquisadora acredita que há pouco investimento nessa área e que as grandes empresas acabam não olhando muito para esse tipo de invenção. “Por ser feito de plantas não convencionais, os plásticos podem ser comestíveis e até mesmo impermeáveis. Ele se degrada em pouco tempo e, como é feito de maneira caseira, costumo não usar muita água para produzir”, disse.
EMPRESAS PARCEIRAS
O tipo de plástico filme inventado por ela sequer existe outro similar. “Fiz o plástico filme a partir de um produto industrial vencido e que seria descartado. Quando vi a oportunidade, percebi que poderia utilizá-lo para a produção desse material”, concluiu.
Seu projeto chegou a vencer dois editais ligados às áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação. “Meu objetivo é levar adiante para empresas que realmente tenham interesse em diminuir a produção e consumo de embalagens plásticas, substituindo-as pelas ecológicas e realmente orgânicas sem danos ao meio ambiente. Isso fortalece o cooperativismo e incentiva um consumo mais sustentável. Estou em fase final da produção dos plásticos e espero contar com parceiros que possam auxiliar nesse projeto inovador que pode ser um grande ganho para o mundo e o meio ambiente” projetou.
Com informações da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti)
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