Neste domingo (26), Gilberto Gil e sua família se apresentam na Alemanha, ficando longe do Brasil até final de julho, quando passará por Dinamarca, Marrocos, França, Itália e Inglaterra, entre outros países. É na Europa, com a turnê do show Nós, a gente com os filhos e os netos, que o cantor baiano celebra seu 80º aniversário de vida.
Isso porquê Gil é cidadão do mundo, em função de sua obra reconhecida internacionalmente, orgulhando a Bahia e os baianos. Depois de nos dar muitos presentes, recebeu dois importantes recentemente: se tornou imortal ao ser eleito membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e ganhou um museu virtual dedicado à sua vida e obra.
Assim, nosso baiano é o primeiro artista brasileiro vivo a receber uma homenagem do Google Arts & Culture, em parceria com o Instituto Gilberto Gil. A plataforma lançou, no dia 14, a mostra digital “O Ritmo de Gil”, disponível em português, inglês e espanhol. O acervo apresenta mais de 41 mil imagens e 900 vídeos e gravações históricas digitalizadas, entre elas um álbum inédito de 1982, gravado em Nova York. Toda a obra de Gil, incluindo as inéditas, podem ser ouvidas na plataforma.
RAÍZES E RITMOS
A obra de Gil é plural. Misturou muito, mas com raízes fincadas no seu Nordeste se mostrou fiel devoto de Luiz Gonzaga (1912 – 1989), rei do baião, e passeou pelo reggae de Bob Marley (1945 – 1981), transitando com liberdade pelo universo pop. Com Caetano Veloso, criou a Tropicália, movimento pop que derrubou os muros da música brasileira entre 1967 e 1968.
Também discípulo de João Gilberto (1931 – 2019), o cantor cultiva a bossa dos que olham para a música do mundo sem pré-conceitos, absorvendo e reprocessando influências amalgamadas em cancioneiro de assinatura pessoal. Gil sabe cair como poucos no suingue do samba, munido do violão, máquina de ritmo que norteia a criação do compositor. Mas nunca se permitiu ficar dentro de uma única roda.
Sempre conectado com a evolução dos tempos, Gil gira e capta impressões do espaço sideral com a mesma naturalidade com que, enxergando anos-luz à frente, soube antecipar a refestança dos ritmos negros na refavela povoada por funk, música afro-baiana e reggae.
POLÍTICA
Gil também atuou políticamente, sendo vereador em Salvador e embaixador da ONU para agricultura e alimentação. Foi ministro da Cultura do Brasil, entre 2003 e 2008, durante partes dos dois mandatos do ex-presidente Lula. Por tudo isso, hoje a Bahia e o mundo celebram 80 anos de um baiano que se tornou cidadão do mundo e segue enriquecendo a cultura musical brasileira. Viva, Gilberto Gil.
com informações do G1
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