Realizada neste final de semana em Salvador, com representantes de 50 países, a Conferência da Diáspora Africana nas Américas produziu uma carta de recomendações que foi entregue à União Africana. O documento é resultado de três dias de intensos debates e foi construído sob quatro eixos centrais: Pan-Africanismo, Memória, Reconstrução, Reparação e Restituição.
Lideranças negras, pesquisadores e representantes de governos discutiram formas de ampliar o intercâmbio entre os países e fortalecer as propostas abordadas. “É um momento de união e como o presidente Lula nomeou seus quatro anos de governo como a missão de criar a unidade no Brasil, mas também que esta união possa servir para nós reconstruirmos os nossos conceitos, as políticas públicas. Portanto a Bahia se sente lisonjeada em estar sediando esse evento”, ressaltou o governador Jerônimo Rodrigues [PT].
A ministra Anielle Franco destacou a importância da carta para o avanço das políticas de reparação. “Encerramos o evento com a entrega da carta de recomendações, que sintetiza as propostas discutidas ao longo desses três dias. Este documento servirá como um guia para as próximas ações e será fundamental no 9º Congresso Pan-Africano, que acontecerá em Togo, de 29 de outubro a 2 de novembro de 2024,” afirmou.
PROPOSTAS PARA AVANÇAR
O texto da Carta apresenta propostas focadas na promoção de políticas de reparação e justiça social, destacando a restituição de bens culturais e a preservação da memória afrodescendente. As diretrizes buscam o fortalecimento do Pan-Africanismo, a ampliação do intercâmbio entre as nações da diáspora e o apoio mútuo na reconstrução de sociedades afetadas por séculos de colonialismo e escravidão.
Além do governador e autoridades locais, estiveram no encerramento da Conferência, os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos e da Cidadania), Anielle Franco (Igualdade Racial), Mauro Vieira (Relações Internacionais) e Margareth Menezes (Cultura). Participaram delegações de países como Angola, África do Sul, Argentina, Bahamas, Camarões, Colômbia, Costa do Marfim, Cuba, Estados Unidos, Gana, Haiti, Honduras, São Tomé e Príncipe, Sudão do Sul, Namíbia e Togo.
com informações da Secom-BA
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