Quem compra e trabalha no comércio sabe que o debate sobre os aumentos constantes dos combustíveis não se restringe a quem tem carro. A discussão ganha força após mais um aumento de preços para a gasolina e o diesel, anunciado pela Petrobras (LEIA AQUI).
Milhões de donas de casa voltaram a cozinhar com carvão e lenha porque não podem pagar até R$ 100,00 no botijão de gás. Milhões de brasileiros retiraram da mesa carnes e outros itens básicos por conta do aumento de preços.
A lógica é sempre a mesma e perversa: se aumenta o preço do diesel, por exemplo, sobem os preços do frete, peças e serviços para os caminhões e empresas que transportam. Isso encarece ainda mais o preço final dos produtos que chegam às lojas e aos supermercados.
ESTUDOS COMPROVAM
Segundo levantamento do site Varejo S.A., da Confederação Nacional das Câmaras de Dirigentes Lojistas (CNDL), a alta nos preços dos combustíveis tem pressionado o comércio, sobretudo o ecommerce. Com o aumento do insumo básico, as transportadoras de mercadorias têm realizado reajustes, que vão de 5% a 10%. O cenário fica mais delicado se considerada a perda de renda pelos consumidores e as vendas ainda em processo de retomada.
“A alta dos combustíveis impacta diretamente no valor do frete. E o frete quem paga é sempre o consumidor, por mais que algumas empresas anunciem “frete grátis” em determinadas situações. Quando isso acontece, certamente o valor está embutido no preço do produto. Ele costuma representar de 10 a 15% do valor total do pedido. Assim, se o frete sobe, o produto vai subir”, explica Nathan Moojen especialista em marketplace e fundador do Moda Online, startup que liga indústrias e revendedores do universo da moda.
SUPERMERCADOS
Os economistas firmam que a inflação, que impacta de maneira especial os alimentos e outros serviços básicos, tem relação direta com a alta dos combustíveis.
“A participação do modal rodoviário na logística do Brasil é superior a 80%, o que cria uma dependência dos combustíveis fósseis para o transporte de mercadorias. O impacto se reflete na formação de preço dos demais bens industriais: por ser um custo básico, há um efeito cascata. Sem contar o período seguinte do impacto, que é o custo do frete”, explica o professor Marco Antônio Rocha, do Instituto de Economia da Unicamp.
Soma-se a isso, o aumento na conta de energia elétrica, que também faz as empresas repassarem o custo aos consumidores.
Com informações da CNDL e site Auto Esporte
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