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“Às moscas”: gabinete presidencial custou R$ 1,7 milhão sem ser usado

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Um dos primeiros atos do presidente Jair Bolsonaro (PL) foi criar o escritório no Rio para despachar em seu domicílio eleitoral. Já custou R$ 1,7 milhão em salários de servidores e jamais foi usado oficialmente por ele. A informação é jornal EXTRA, que esteve no local na quinta (7) e não encontrou ninguém. O gabinete fica no  Palácio do Fazenda, no Centro, e abriga salas que são usadas pelo ministro Paulo Guedes, quando está na cidade. Quatro servidores dão expediente no espaço, que passou por melhorias.

A Secretaria-Geral do Planalto, que cuida das questões administrativas da Presidência, confirmou por meio da Lei de Acesso à Informação que Bolsonaro nunca esteve no escritório. Também não constam nos registos oficiais qualquer visita presencial de ministros. “Informamos que não foram localizadas agendas presenciais no Gabinete Regional do Rio de Janeiro em relação a essas autoridades”, informou a Secretaria-Geral.

Na visita, a equipe do EXTRA não encontrou qualquer sinal de servidores trabalhando. Um funcionário do edifício, que disse trabalhar no prédio há 32 anos, afirmou que nunca “tinha ouvido falar no gabinete” reservado para o presidente Bolsonaro. A capitã reformada da Marinha Andrea Porto, assessora especial da Presidência no Rio, justificou que a ausência de servidores foi uma “coincidência”. Segundo ela, diariamente, há alguém no local.

Só que a reportagem retornou no dia seguinte, mas foi impedida de subir ao edifício. Procuradas para comentar as informações, a Secretaria de Comunicação e Secretaria-Geral da Presidência não se manifestaram. Segundo o Extra, ter esse tipo de espaço não é novo. Quando era o presidente, Michel Temer, por exemplo, com frequência despachava do escritório da Presidência em São Paulo, onde mora atualmente.

RESUMO DA ÓPERA – Bolsonaro nasceu em São Paulo, mas fez carreira política no Rio, sendo vereador e deputado federal, eleito e reeleito desde 1990. São mais de 30 anos na vida pública na cidade e, como presidente, nove viagens oficiais ao estado. É o mais fiel retrato de alguém que está na política apenas para resolver questões de familiares, amigos e dos militares. Em 28 anos como deputado, apresentou apenas 170 projetos (6,07 por ano e só 2 aprovados), segundo matéria da Rede Brasil Atual, de 2018. Reportagem da Folha de S.Paulo, também de 2018, revelou que ele destinou 60% das emendas para saúde dos militares, enquanto a saúde pública no Rio de Janeiro vive um caos. Como presidente, é o que a realidade caótica mostra hoje. Gastar R$ 1,7 milhão para um local de trabalho da importância da Presidência deveria que ser para quem trabalha, realmente.

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