É, arrependimento vacina. Um dos líderes mundiais do movimento antivacina, o médico italiano Pasquale Bacco, afirmou que tomou as duas doses. “Só não tomei a terceira porque ainda não passou o período necessário”, disse em entrevista ao GLOBO por Skype.
Por dois anos, Bacco visitou 300 localidades no país para realizar discursos negacionistas, que incluíam frases como “há água de esgoto nas vacinas”, “os caixões de Bergamo estão todos vazios” e “ninguém morreu de Covid.
Mas, no início deste ano, veio a público dizer que se arrependera da postura e passou a defender a imunização. Na entrevista, ele conta o episódio que o levou a mudar de ideia de forma tão drástica. Explica por que defendia o movimento antivacina e como se tornou um de seus principais líderes e afirma que, hoje, seu objetivo é passar a mensagem que o vírus mudou e que a vacinação é o caminho para o retorno a uma vida normal.
Ao ser questionado porque defendia o discurso antivacina, Bacco disse que realmente acreditava nisso. “Eu tinha tantas perguntas [sobre a vacina], mas ninguém escutava nem dava respostas. Naquela época, todos os médicos tinham dúvida. Além disso, em especial na fase inicial da pandemia, eu vi muitas pessoas morrerem, a maioria idosos com muitas comorbidades. Nunca tinha visto jovens morrerem. Por isso eu dizia todas essas coisas. Eu apenas contava o que eu estava vendo”, enfatizou.
Quando perguntado o que fez mudar de ideia, o médico lembrou que estava trabalhando na UTI e “viu coisas muito feias”. “O que realmente me fez mudar ideia foi quando um jovem de 29 anos morreu de Covid e tinha fotos e vídeos meus antivacina no celular. Isso foi muito triste para mim. Um baque. Eu falei com a família dele, que não me agrediu. Pelo contrário. Foram muito serenos. Mas foi uma experiência complicada. É claro que você se sente culpado, então é necessário mandar uma mensagem diferente ou ao menos de dizer a verdade”, ponderou.
Com informações do iG
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