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Com fé na ciência, arcebispo Dom Sérgio da Rocha é a favor da vacinação

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Durante entrevista ao site BNews, o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Cardeal Dom Sérgio da Rocha, conversou sobre os desafios enfrentados pela Igreja Católica durante a pandemia. Entre vários temas, ele falou sobre Natal, vacinação e a atuação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no campo político.

Nesse clima de fim de ano, o cardeal destacou o verdadeiro sentido do Natal. “Sem dúvida que nós sentimos necessidade de estarmos juntos nas ocasiões especiais e o Natal, apesar de todas as transformações que já sofreu a festa no contexto cultural vai mudando, mas continua a ser ainda uma festa familiar. Tem esse apelo, ainda que não se consiga de maneira ideal, mas observe que, o Natal, a tendência é celebrar em família, comemorar em família, ainda que seja limitadamente. Então, eu creio que esse Natal, pra ser feliz, ele deve ser vivido, sem dúvida, com essa proximidade familiar, fraterna, mas ao mesmo tempo precisa ser um Natal a ser vivido com a responsabilidade no campo da vida e da saúde”, defendeu.

Dom Sérgio não titubeou ao falar da importância da Ciência e como a igreja age. “Nós levamos a sério as orientações científicas, orientações das autoridades no campo da saúde e procuramos pôr em prática. Então, agora, por ocasião, seja do Natal ou da passagem do ano, a recomendação que tem sido feita pela igreja, particularmente por mim como arcebispo, é de que se tenha o máximo de cuidados, de não se favorecer aglomeração e, sobretudo, duas coisas fundamentais: o uso de máscara, que também aos poucos as pessoas podem correr o risco de achar que não precisa ou então que estão num ambiente mais tranquilo e então se sente dispensado. E a vacina, a vacinação. Nós temos incentivado a vacinação na igreja. Já desde o início nós temos defendido essas medidas de saúde pública, ainda que elas tragam sacrifício, e temos também incentivado a vacinação”, destacou.

Ao ser perguntado se é a favor da vacina, o religioso foi enfático e disse que representa amor ao próximo. “Sou a favor e muito. Não só eu. De um modo geral, nós na igreja, pelo menos é a posição da igreja, não só no Brasil, mas do próprio Papa, na própria igreja, no mundo, a de incentivar ao máximo a vacina. E nós, graças a Deus temos visto no Brasil, de um modo geral, uma resposta generosa do povo… Olha, o que é que está no coração do cristianismo e, de um modo geral, nas tradições religiosa? Está justamente o amor ao próximo. Expressão de amor ao próximo. Se eu gosto de alguém, se eu tenho amor por alguém, preservar de uma enfermidade como essa, né? De uma situação tão difícil como essa. E, então, agora no Natal nós queremos redobrar esse esforço e não dispensar ninguém desse esforço, de cuidar da saúde, de evitar contágios”, ponderou.

PÓLÍTICA E CIDADANIA

O acerbispo também deixou claro a posição da Igreja Católica quanto a temas político. “Esta Igreja Católica não tem opção político-partidária como instituição. Os católicos podem e devem ter a sua opção político-partidária de maneira coerente com a sua fé. Porém, nós não temos posição político-partidária, não temos partido político, não temos candidatos. O ano que vem é um ano eleitoral, há sempre essa confusão que às vezes se faz, né? Agora, nós incentivamos sim, a igreja tem incentivado os leigos e leigas católicos, porque o clero não participa da vida político-partidária, os leigos e leigas a participarem da vida política, darem a sua contribuição, como cristãos e como cristãos católicos, sua contribuição para a vida política. Nós precisamos de cristãos atuantes na política, que sejam coerentes com a fé professada”, frisou.

E diferenciou as posições da CNBB, que ja presidiu, em relação à política. “Olha, eu acho que tem duas questões, né? Uma é a atuação da CNBB, independente de qualquer outro contexto. Se você for olhar a história da CNBB, nos seus pronunciamentos, nas suas posições, realmente ela não tem uma opção partidária, ela não se pronuncia, eu fui presidente da CNBB, não há nenhum pronunciamento sobre governantes ou governos, diretamente falando. O que há é sobre a vida política, vida social. Então, a CNBB, de um modo geral, ela se pronuncia em assembleia geral, ultimamente tem sido mais restritiva, e a CNBB se pronuncia através dos seus organismos.

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