É preoupante os dados do estudo publicado, nesta quarta (15), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apenas 23% dos trabalhadores de transporte por aplicativo contribuem para o INSS.
Os dados consideram toda a categoria daqueles que não têm carteira assinada, prestam serviços sob demanda e de modo temporário. Entre eles estão motoristas de aplicativo, entregadores de moto ou bicicleta, e mototaxistas. Nos dois últimos trimestres de 2021, havia 1,5 milhão de pessoas no país nessa modalidade. No terceiro trimestre do ano passado, o número chegou a 1,7 milhão.
Quando se observa a questão regionalmente, os contrastes são grandes. As maiores taxas de contribuintes estão no Sul (37%), Sudeste (27%) e Centro-Oeste (22,9%). Nordeste (16,5%) e Norte (9,6%) têm taxas bem abaixo da média nacional. Entre os demais trabalhadores por conta própria que não estão na chamada gig economy, o percentual de contribuintes para a Previdência é maior: 33%.
O Ipea compara a trajetória dos dois grupos nos últimos anos e indica que, enquanto o percentual de contribuintes dessa categoria está em queda, o percentual dos demais trabalhadores por conta própria permanece estável. Alguns motoristas de aplicativo revelram que os motivos para não contribuir com o INSS vão de problemas financeiros, passando pela falta de conhecimento sobre os benefícios da Previdência e até desconfiança sobre o sistema de seguro social.
Para pesquisador do Ipea Geraldo Góes, “os números baixos de contribuintes na modalidade gig economy aumentam a vulnerabilidade dos trabalhadores, que ficam desprotegidos ante eventuais riscos. Além da aposentadoria, os que contribuem para a Previdência têm direito a benefícios como os auxílios-doença, reclusão e acidente”.
com informações da Agência Brasil
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