O “terrivelmente” evangélico André Mendonça, indicado pelo presidente Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal (STF), passou apertado pelo Senado Federal: 47 votos a favor e 32 contra. O ex-advogado-geral da União vai ocupar a vaga deixada pela aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello.
A indicação ficou parada na CCJ por mais de quatro meses, revelando o caráter polêmico da indicação. A cada questionamento, ele diz o que seus interlocutores queriam ouvir, em contradição com outras posturas suas reveladas durante seu cargo no governo Bolsonaro, chegando a defender pautas LGBTQIA+, embora seja pastor presbiteriano. Ele também tergiversou sobre assuntos polêmicos, alegando que não poderia opinar por estarem sob julgamento do STF.
Mendonça também teve que explicar sua posição religiosa e durante a sabatina, defendeu o estado laico e disse que “na vida, a Bíblia; no Supremo, a Constituição”. Ele afirmou que, apesar de ser “genuinamente evangélico” e ligado à Igreja Presbiteriana, assume o compromisso pelo Estado laico e pelo respeito à Constituição. Disse que laicidade é a neutralidade e a não concessão de privilégios a um determinado grupo pela condição religiosa.
“Ainda que eu seja genuinamente evangélico, não vejo espaço para manifestação religiosa no STF. Na vida, a Bíblia; no Supremo, a Constituição”. Mas, Fabiano Contarato (Rede-ES) o criticou por ter atuado, como ministro da AGU e da Justiça, contra temas de defesa de minorias, como na decisão do STF equiparou a homofobia ao crime de racismo.
“E o senhor esteve na ação direta de inconstitucionalidade, sustentando no STF, contra a homofobia. Hoje o senhor aqui mudou de ideia. Afinal de contas, naquele contexto, o senhor fez uma argumentação pública contra, e hoje o senhor fala que seria favorável à equiparação da homofobia com o crime de racismo”, contrapôs o senador.
Com informações do G1 e Portal Vermelho
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