Em depoimento à Justiça espanhola, nesta terça (18), Neymar “passou a bola” ao afirmar que seu pai cuidava das negociações e apenas “assinava” os documentos que ele pedia. O atacante enfrenta acusações de corrupção e fraude na sua transferência do Santos para o Barcelona, em 2013.
“Meu pai sempre cuidou das negociações de contrato. Eu assino o que ele pede”, declarou o jogador do Paris Saint-Germain. Neymar foi questionado pela Procuradoria se participou dos contatos com o Barcelona para a sua saída do Santos. O jogador disse não se lembrar e reiterou as decisões do seu pai e empresário. “Meu pai sempre cuidou de tudo isso, sempre foi o responsável por isso.”
O Ministério Público da Espanha acusa Neymar e seus pais de corrupção e fraude. E pede dois anos de prisão ao jogador e multa de 10 milhões de euros (cerca de R$ 51,8 milhões). Os ex-presidentes do Barcelona Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu encaram as mesmas acusações, com pedido de cinco anos de prisão, assim como o ex-presidente do Santos Odílio Rodrigues Filho.
VALORES SUSPEITOS
Neymar e seu pai enfrentam acusações do Grupo DIS, que detinha 40% dos direitos econômicos do atleta na época. A venda foi anunciada por 17,1 milhões de euros (R$ 88,7 milhões, pelo câmbio atual) e a empresa recebeu 6,84 milhões de euros. Depois disso, o Barcelona informou que o valor real da transação foi de 57 milhões de euros, e a diferença de quase 40 milhões de euros foi depositada para a empresa N&N, em nome dos pais do atleta.
Após uma investigação, o Barcelona revelou o contrato feito com Neymar. Os documentos mostravam um valor ainda maior do que o divulgado anteriormente: 86,2 milhões de euros, englobando pontos como luvas, um repasse ao Instituto Neymar Júnior e comissões ao pai do atacante. O DIS, portanto, alega que deveria ter recebido 34,5 milhões de euros e pede reparação na Justiça.
O caso, enquadrado pelo judiciário espanhol como possível caso de corrupção entre particulares, pode render até a prisão de Neymar, faltando quase um mês para o início da Copa do Mundo do Catar. A defesa do jogador aponta que a conduta não é considerada crime no Brasil e que, por isso, ele não poderia ser punido.
com informações do Tribuna da Bahia
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