O dinheiro gasto pelo presidente da República com o cartão corporativo é público, mas a avaliação é sob segredo. O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) vai julgar, em sessão secreta nesta quarta (1/12), uma auditoria de mais de 80 páginas que analisou os gastos com cartão corporativo de Jair Bolsonaro e seus familiares.
A auditoria foi feita pela equipe técnica do TCU e analisou os gastos, ao longo de 2019, de mais de R$ 14,8 milhões de reais de Jair Bolsonaro e seus familiares. Além do segredo, o relator do processo é o ministro Raimundo Carreiro, indicado pelo presidente da República para assumir a embaixada do Brasil em Portugal.
Segundo reportagem dde O GLOBO, no último dia 19, Carreiro foi alvo de um pedido de suspeição da relatoria do caso feito pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), integrante da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados. Elias Vaz é quem assina o pedido de fiscalização dos gastos do presidente.
CADÊ A IMPARCIALIADE?
O deputado questiona a imparcialidade de Carreiro para analisar os gastos do presidente, já que o ministro foi convidado para assumir a embaixada do Brasil em Portugal. “Dois aspectos que chamam à atenção. Uma é o ministro não ter se declarado impedido. Agora esse fato de o julgamento ser sigiloso, de a população não poder acompanhar. Isso está gerando indignação”, disse .
Segundo o parlamentar, “a população tem o direito de saber” com que o presidente Jair Bolsonaro tem gasto, em média, R$ 1,5 milhões por mês com cartão corporativo. “E agora o ministro sendo premiado com uma vaga de embaixador em Portugal. O que queremos é transparência”, destacou.
Há duas semanas, Carreiro declarou que não se sentia impedido de analisar o caso e prometeu pautar o julgamento, o que de fato ocorreu nesta terça-feira. O ministro, porém, definiu que a sessão será sigilosa. O acórdão também será mantido em sigilo.
Com informações do G1
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